domingo, dezembro 31, 2006
Sempre queremos fazer balanços nesta altura do ano.
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Escolhi algumas das fotografias publicadas pelo Chicago Tribune, ilustrando passagens marcantes do ano.
Uma perspectiva diferente, onde as coisas boas e coisas más acontecem por todo o lado.
Poema Pouco Original do Medo
O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos
O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
ótimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projetos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles
Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes e
angustiados
Ah o medo vai ter
tudo tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
Sim a ratos
Alexandre O'Neil
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos
O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
ótimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projetos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles
Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes e
angustiados
Ah o medo vai ter
tudo tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
Sim a ratos
Alexandre O'Neil
Conrad de Meester
A Esperança é cheia de confiança. É algo maravilhoso e belo, uma lampada iluminada em nosso coração. É o motor da nossa vida. É uma luz na direcção do futuro.
Festa doce
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIm-GRq8ojewsXr51lbPezwyUzbdGVl8u6PfVW2mu9ZuqDvFvPz6c2Yru5K308lROtGwSZNZY8oaDGMClMVrvfVKjzlTfm1290LR-Hsy6oJzwN-URaPcexWZQhhBbw6MaJlhOj6A/s320/ramad%C3%A3o.jpg)
sábado, dezembro 30, 2006
Dez grandes avanços da ciência em 2006
A revista americana Science, uma das mais prestigiadas da área, publicou a lista de 10 mais grandes avanços da ceência em 2006. O avanço científico mais significativo do ano foi a resolução da chamada “Conjectura de Poincaré”, que trata de formas abstratas em espaços tridimensionais.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2gxKZoiBvahOQKVZGH3XMJ2kV4_L0JGcUsWCU_YKWrRNBrsRmdgh84rYtJUFxSJYFtgqorz3BOFGOCDlOCGYgKOaVLagGSYZx5JLWjYuIXfYwV3_7DNkZFbfVW0r-1fHA1HKA4A/s200/pravda-logo.gif)
Pelo feito, o matemático russo Grigori Perelman deveria ter recebido a prestigiada Medalha Fields -- equivalente ao Nobel da Matemática --, mas a recusou. A revista também lembrou a fraude cometida pelo sul-coreano Woo Suk-Hwang, que forjou dados sobre sua pesquisa na área de clonagem, dando um banho de água fria em pessoas do mundo inteiro que acreditavam que o trabalho tornava mais próximo o dia em que conseguiríamos usar células-tronco para recriar tecidos sem risco de rejeição.
Além disso, a “Science” fez um levantamento de quais áreas trazem as melhores promessas de avanços científicos em 2007. O primeiro destaque é a sonda Corot, uma projeto francês que conta com o apoio de países europeus e do Brasil, que vai procurar planetas parecidos com a Terra fora do Sistema Solar. A Conjectura de Poincaré, proposta pelo francês Henri Poincaré em 1904, é um dos mais complexos problemas matemáticos e sua resolução envolveu contas tão complicadas que diversos matemáticos ainda estão estudando o trabalho de Perelman.
A proposta do francês é parte de um ramo da matemática chamado “topologia geométrica”, que envolve superfícies que podem ser esticadas. Imagem: A Medalha Fields, recusada pelo matemático que solucionou o problema.
Resolver a “encrenca” era o objetivo de matemáticos do mundo todo. Excêntrico, Perelman trabalhou isolado por quase sete anos. Em 2002, publicou na internet o primeiro de três estudos dedicados à resolução da Conjectura. A publicação chamou a atenção de especialistas no mundo todo, que queriam ter respostas respondidas pelo russo, mas, após uma breve visita aos Estados Unidos em 2003, ele voltou à Rússia e passou a ignorar telefonemas e e-mails.
Ignorados, outros matemáticos se uniram para preencher as lacunas que o trabalho de Perelman apresentava. Neste ano, três equipes diferentes apresentaram seus trabalhos, mostrando que o russo havia, de fato, resolvido o problema.
Apesar do feito histórico, a resolução da Conjectura de Poincaré tem levantado polêmica neste fim de ano. Alguns dos pesquisadores envolvidos nos estudos feitos em cima do trabalho de Perelman foram envolvidos em denúncias de plágio, e outros matemáticos alegaram que não fizeram declarações que acabaram publicadas em um artigo da revista “New Yorker”. Ainda assim, segundo a “Science”, o feito de Perelman merece ser comemorado.
Além disso, a “Science” fez um levantamento de quais áreas trazem as melhores promessas de avanços científicos em 2007. O primeiro destaque é a sonda Corot, uma projeto francês que conta com o apoio de países europeus e do Brasil, que vai procurar planetas parecidos com a Terra fora do Sistema Solar. A Conjectura de Poincaré, proposta pelo francês Henri Poincaré em 1904, é um dos mais complexos problemas matemáticos e sua resolução envolveu contas tão complicadas que diversos matemáticos ainda estão estudando o trabalho de Perelman.
A proposta do francês é parte de um ramo da matemática chamado “topologia geométrica”, que envolve superfícies que podem ser esticadas. Imagem: A Medalha Fields, recusada pelo matemático que solucionou o problema.
Resolver a “encrenca” era o objetivo de matemáticos do mundo todo. Excêntrico, Perelman trabalhou isolado por quase sete anos. Em 2002, publicou na internet o primeiro de três estudos dedicados à resolução da Conjectura. A publicação chamou a atenção de especialistas no mundo todo, que queriam ter respostas respondidas pelo russo, mas, após uma breve visita aos Estados Unidos em 2003, ele voltou à Rússia e passou a ignorar telefonemas e e-mails.
Ignorados, outros matemáticos se uniram para preencher as lacunas que o trabalho de Perelman apresentava. Neste ano, três equipes diferentes apresentaram seus trabalhos, mostrando que o russo havia, de fato, resolvido o problema.
Apesar do feito histórico, a resolução da Conjectura de Poincaré tem levantado polêmica neste fim de ano. Alguns dos pesquisadores envolvidos nos estudos feitos em cima do trabalho de Perelman foram envolvidos em denúncias de plágio, e outros matemáticos alegaram que não fizeram declarações que acabaram publicadas em um artigo da revista “New Yorker”. Ainda assim, segundo a “Science”, o feito de Perelman merece ser comemorado.
Outros marcos do anoA resolução da Conjectura de Poincaré é seguida por outros nove grandes avanços da ciência, na opinião dos responsáveis pela revista, organizados sem ordem de importância:
- o seqüenciamento de parte do genoma dos neandertais, a partir da retirada de material genético de fósseis;
- o encolhimento, ainda mais rápido do que os cientistas esperavam, das geleiras que recobrem a Antártida e a Groenlândia;
- a descoberta do ancestral mais antigo dos vertebrados, um peixe com barbatanas unidas, que mostrou como a vida pode ter deixado os oceanos e se aventurado em terra firme;
- a saída da “capa da invisibilidade” da ficção para a realidade com o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de esconder objetos, fazendo com que eles nem sejam refletidos, nem tenham sombra;
- a verificação de que um remédio é capaz de melhorar a visão de alguns pacientes com degeneração macular, doença que afeta idosos, e a identificação de genes que influenciam a susceptibilidade à doença;
- o melhor entendimento da evolução de muitas espécies, através do estudo de animais como moscas-de-frutas, camundongos e borboletas;
- a evolução da microscopia, que permitiu que cientistas observassem detalhes menores que 200 nanômetros, ajudando o entendimento das estruturas de células e proteínas;
- o aprimoramento do entendimento de como o cérebro grava novas memórias, por meio de um processo que fortalece as conexões entre neurônios;
- e a descoberta de uma nova classe de pequenas moléculas de RNA, que desligam a expressão genética.
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Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZvsv4ZztUhH7RlpsS2OeaThEKkJjanPwUdFJy2L3VJpysdCVlcDdo1nRKUB7rXZpxzJvp_qQJiWzFA-r82awpC5E65Kkv8YlQQketUEGK3DnyZzTylVmhvI-bYlNA-fLEijHqvg/s200/eugenioandrade.jpg)
Eugénio de Andrade
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mão à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
e eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os meus olhos
eram peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZvsv4ZztUhH7RlpsS2OeaThEKkJjanPwUdFJy2L3VJpysdCVlcDdo1nRKUB7rXZpxzJvp_qQJiWzFA-r82awpC5E65Kkv8YlQQketUEGK3DnyZzTylVmhvI-bYlNA-fLEijHqvg/s200/eugenioandrade.jpg)
Eugénio de Andrade
sexta-feira, dezembro 29, 2006
A New Year tree installed near Red Square, with Kremlin's Spassky Tower and St. Basil Cathedral in the background, in Moscow, Thursday, Dec. 30, 2004.
Peregrinação a Meca
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjBBcEFDhsgZfYYWYnBedlvT7OwzrCVzRx1cFe_fvi-y_WQ2SxfwMvNAyRQEQlVCYKwNXZjHUDy1voN5wuauI3nr1-fUoCL7MovkG5VMPtvQKYmWveBC42NAKUdrEixqGd4xBBAg/s400/meca.jpg)
Árctico: massa de gelo com 66 quilómetros desprende-se e forma nova ilha do Pólo Norte
Brian Witte/AP (arquivo)
Uma massa de gelo gigante com 66 quilómetros desprendeu-se há 16 meses da zona costeira da ilha de Ellesmere, no Árctico canadiano, e transformou-se numa nova ilha do Pólo Norte. Os cientistas apontam o dedo às alterações climáticas e ao sobre-aquecimento global.
Warwick Vincent, da Universidade de Laval, viajou até à nova ilha e confessa ter ficado espantado com o que viu.“Isto é algo dramático e preocupante. Mostra que estamos a perder características únicas do Norte canadiano, que existem há muitas centenas de anos”, comentou Vincent. “Estamos a ultrapassar fronteiras climáticas e isto pode ser um sinal das alterações que ainda estão para vir”.Esta massa de gelo era uma das seis maiores do Árctico canadiano, com gelo com mais de três mil anos, e flutuam no mar mas estão ligadas à terra.Alterações climáticas estarão na base da nova ilha Este fenómeno “é consistente com as alterações climáticas”, disse Vincent, lembrando que as restantes massas de gelo estão hoje 90 por cento mais pequenas do que quando foram descobertas, em 1906. “Ainda não conseguimos ter o cenário completo... mas temperaturas invulgarmente quentes tiveram, definitivamente, um papel determinante”.Laurie Weir monitoriza as condições do gelo no Canadian Ice Service. No ano passado, quando passava em revista as imagens de satélite detectou que a massa de gelo Ayles se tinha quebrado e separado.Weir contactou Luke Copland, da Universidade de Otava, que, utilizando imagens de satélite e informações sísmicas, chegou à conclusão de que a massa de gelo se desprendeu ao início da tarde de 13 de Agosto de 2005.Copland ficou surpreendido com a rapidez com que as alterações climáticas afectaram as massas de gelo. “Ainda há dez anos, os cientistas assumiram que quando as alterações climáticas começassem a fazer-se sentir, isso aconteceria gradualmente. Esperávamos que as massas de gelo se iriam derretendo lentamente”, acrescentou.A comunidade científica receia agora que, com as temperaturas mais quentes da Primavera, a nova ilha se desloque no mar e cause transtorno para os navios.“Nos próximos anos, esta nova ilha de gelo poderá entrar em rotas de navegação comerciais”, alertou Weir.
Feliz 2007
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdsJSXcXHjzXV_r4dOWmt7EFkNPUJRfy8s9FKRzVYac4G52vQeGN8ef3xFIkF6rKJ55tBN16wOGN-DbIHH1R6ghXrVYNCMKwpE1SwehHNHC7fakYCRRiaiQRbO6YHKXyJOlqiBHQ/s400/414091.gif)
No último dia útil deste ano de 2006, durante o qual Portugal foi palco de muitos acontecimentos, fica uma imagem de tranquilidade, com desejos de um Feliz 2007 para todos os utilizadores. Para quem vai andar de carro neste fim-de-semana, nunca é demais lembrar para conduzir devagar.
Digo eu:
São bonitos os desejos e é bonita a imagem que sempre reflecte aos nossos mais profundos anseios, tranquilidade, paz, principalmente connosco próprios.
A condução automóvel tem sido um dos grandes problemas no espectro social portugues. Permito-me corrigir: não ao conduzir devagar, mas sim ao conduzir com respeito e responsabilidade para com os outros e acima de tudo para cada um próprio.
quinta-feira, dezembro 28, 2006
28 de Dezembro de 1928
Homenagem ao Grande Homem que foi o meu Pai.
É a primeira vez que o 28 de dezembro é passado sem ti.
PAI
Palavra
Amiga que
Inspira toda minha vida
Por onde estou
Aonde vou, tuas boas ações e
Intenções sempre me orientou
Posso te
Amar de todo meu coração, mas ainda não
Imagino como cabe em ti tamanha dedicação
Para te
abraçar, às vezes nem consigo, você é grandão, no
Intimo todo dia dou um beijo no teu coração.
Por tudo que
A mim estás a ofertar
Inspiração, carinho e amor a semear...
Por toda
A minha vida, teu exemplo como uma
Imagem Divina há de se
Perpetuar, e no
Abraço de toda criança, no
Ingenuo sorriso para um pai amigo vou te lembrar
José Guilherme
Brasil
É a primeira vez que o 28 de dezembro é passado sem ti.
PAI
Palavra
Amiga que
Inspira toda minha vida
Por onde estou
Aonde vou, tuas boas ações e
Intenções sempre me orientou
Posso te
Amar de todo meu coração, mas ainda não
Imagino como cabe em ti tamanha dedicação
Para te
abraçar, às vezes nem consigo, você é grandão, no
Intimo todo dia dou um beijo no teu coração.
Por tudo que
A mim estás a ofertar
Inspiração, carinho e amor a semear...
Por toda
A minha vida, teu exemplo como uma
Imagem Divina há de se
Perpetuar, e no
Abraço de toda criança, no
Ingenuo sorriso para um pai amigo vou te lembrar
José Guilherme
Brasil
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Menina de dois anos morreu alegadamente vítima de maus-tratos
27.12.2006 - 18.12 h. Lusa-Publico.PT
Uma menina de dois anos morreu hoje em Mazedo, Monção, alegadamente vítima de maus-tratos.
A informação foi avançada por fonte do Destacamento de Viana do Castelo da GNR, que adiantou que a criança – que já estava a ser acompanhada pela Comissão de Protecção de Menores –, foi levada esta manhã pela família ao Centro de Saúde de Monção, onde deu entrada já sem vida.A fonte da GNR acrescentou que a criança apresentava “indícios” de maus-tratos, nomeadamente hematomas na cabeça.Pais negam maus tratosO caso foi já participado ao Ministério Público, tendo a procuradora junto do Tribunal de Monção determinado a remoção do cadáver para o Instituto de Medicina Legal de Viana do Castelo, para autópsia.Os pais da menina de dois anos, que hoje deu entrada morta no Centro de Saúde de Monção, refutaram a tese de maus-tratos e alegaram que a criança terá caído nas escadas, disse à Lusa fonte da Segurança Social.A criança era um dos quatro filhos de um casal de Viseu que está a viver na Quinta da Oliveira, em Mazedo, Monção.
Digo eu:
Como é que nós não percebemos a nivel de subdesenvolvimento em que este país está?
Como é que é possivel isto acontecer a Portugal, país membro de uma das comunidadaes mais ricas do mundo, com problemas de afirmação no mundo.
Aqui está uma das respostas.
Uma menina de dois anos morreu hoje em Mazedo, Monção, alegadamente vítima de maus-tratos.
A informação foi avançada por fonte do Destacamento de Viana do Castelo da GNR, que adiantou que a criança – que já estava a ser acompanhada pela Comissão de Protecção de Menores –, foi levada esta manhã pela família ao Centro de Saúde de Monção, onde deu entrada já sem vida.A fonte da GNR acrescentou que a criança apresentava “indícios” de maus-tratos, nomeadamente hematomas na cabeça.Pais negam maus tratosO caso foi já participado ao Ministério Público, tendo a procuradora junto do Tribunal de Monção determinado a remoção do cadáver para o Instituto de Medicina Legal de Viana do Castelo, para autópsia.Os pais da menina de dois anos, que hoje deu entrada morta no Centro de Saúde de Monção, refutaram a tese de maus-tratos e alegaram que a criança terá caído nas escadas, disse à Lusa fonte da Segurança Social.A criança era um dos quatro filhos de um casal de Viseu que está a viver na Quinta da Oliveira, em Mazedo, Monção.
Digo eu:
Como é que nós não percebemos a nivel de subdesenvolvimento em que este país está?
Como é que é possivel isto acontecer a Portugal, país membro de uma das comunidadaes mais ricas do mundo, com problemas de afirmação no mundo.
Aqui está uma das respostas.
Neve em Jerusalém
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3zccilwiaOXyd7eO7oX7RkhI0xgA5iIGAEoPWUbrhzlpCG0HIOeCX9C17BIAdGEjHTQCqzjokweNPVfayuLklpeuobAKs_rOAL7XGbzOxLmkb5bKzz9XS_mz0uLDnC84OpV6RJg/s400/jerusalem.jpg)
MENSAGEM
Os maus momentos não podem ser controlados, mas a sua duração e o que vamos fazer com eles é uma decisão só nossa.
David Gee, da Agência Europeia do Ambiente, PÚBLICO, 27-12-2006
"Há uma espécie de guerra suja, envolvendo a ciência e a tomada de decisões".
A velha fronteira
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terça-feira, dezembro 26, 2006
Ramos Horta felicita Bin Laden - Primeiro-ministro timorense chama "irmão" ao líder da Al-Qaeda
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3Q0qccEMUogRTlQ6hleeBP9s0nSWdi2YKhTjx0GlZ27GZbMFjzMp7Btztv-3UqLqNZhtS74nyhdsziRCp5ZgY85Xp5LyEJmnWMfb6XAajnlU9YbJBUoSX9KYh3TY8OTatEM7PTA/s400/143add6b69c64d08b2ab0bef857ad537.jpg)
O primeiro-ministro timorense enviou felicitações a Osama Bin Laden. Ramos-Horta pede compaixão para com o líder da al-Qaeda, a quem chamou "irmão".
O Nobel da Paz e outras personalidades foram convidadas pela Rádio BBC a enviarem uma mensagem de Natal a uma individualidade. Ramos Horta escolheu Osama bin Laden. Na declaração, o prémio Nobel disse não odiar muçulmanos, e destacou que todos os homens são "filhos do mesmo criador". Apelo ao abandono do ódio e da violênciaO chefe de governo timorense pediu ainda ao líder da organização terrorista que abandone o ódio e a violência. A mensagem está a gerar polémica. Num comunicado posterior, Ramos Horta explicou que escolheu Bin Laden com o objectivo de tentar "tocar na consciência" do líder terrorista.
O Nobel da Paz e outras personalidades foram convidadas pela Rádio BBC a enviarem uma mensagem de Natal a uma individualidade. Ramos Horta escolheu Osama bin Laden. Na declaração, o prémio Nobel disse não odiar muçulmanos, e destacou que todos os homens são "filhos do mesmo criador". Apelo ao abandono do ódio e da violênciaO chefe de governo timorense pediu ainda ao líder da organização terrorista que abandone o ódio e a violência. A mensagem está a gerar polémica. Num comunicado posterior, Ramos Horta explicou que escolheu Bin Laden com o objectivo de tentar "tocar na consciência" do líder terrorista.
Aquecimento global
Relatório da ONU prevê novas ondas de calor com efeitos devastadores.
Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revela os efeitos devastadores que a poluição está a provocar no meio ambiente. O documento só será apresentado em Fevereiro. Mas já é possível ficar com uma pequena ideia das conclusões. Entre elas, a certeza de que as ondas de calor vão continuar.
Durante o último século a temperatura subiu de forma dramática. Desde que há registos, seis dos sete anos mais quentes aconteceram desde 2001. Sendo que 2005 e 1998 foram os mais abrasadores de sempre. Não é de estranhar, por isso, que a neve esteja a desaparecer. Só o hemisfério norte perdeu cinco por cento dos lençóis brancos desde 1966. O calor aperta, o gelo derrete e o nível das águas sobe. Desde 1961, o mar tem vindo a subir 0,8 milímetros ao ano.
Alerta
O diagnóstico é feito em jeito de alerta, os cientistas falam num cenário assustador. Ao todo são mais de dois mil e 500, os especialistas que assinam o relatório da ONU. Quanto a melhorias, o cenário não é animador. As ondas de calor vão continuar a apertar o nível do mar a subir. O documento do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas só vai apresentar as conclusões no início do próximo ano. Será o quarto relatório deste organismo. E, o primeiro desde 2001. A ONU quer manter os resultados da investigação em segredo. Mas o Jornal espanhol El País conseguiu ter acesso a algumas páginas.
Em análise
O aquecimento global, o impacto deste fenómeno na Terra e o que se pode fazer a nível tecnológico para ajudar o planeta a viver melhor estas são as linhas chave do relatório. O documento aponta o dedo ao homem como o grande culpado pelo que está a acontecer a nível global. Se nada mudar, até ao final deste século, as temperaturas podem aumentar mais de seis graus. E, os efeitos, esses, serão ainda mais devastadores.
Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revela os efeitos devastadores que a poluição está a provocar no meio ambiente. O documento só será apresentado em Fevereiro. Mas já é possível ficar com uma pequena ideia das conclusões. Entre elas, a certeza de que as ondas de calor vão continuar.
Durante o último século a temperatura subiu de forma dramática. Desde que há registos, seis dos sete anos mais quentes aconteceram desde 2001. Sendo que 2005 e 1998 foram os mais abrasadores de sempre. Não é de estranhar, por isso, que a neve esteja a desaparecer. Só o hemisfério norte perdeu cinco por cento dos lençóis brancos desde 1966. O calor aperta, o gelo derrete e o nível das águas sobe. Desde 1961, o mar tem vindo a subir 0,8 milímetros ao ano.
Alerta
O diagnóstico é feito em jeito de alerta, os cientistas falam num cenário assustador. Ao todo são mais de dois mil e 500, os especialistas que assinam o relatório da ONU. Quanto a melhorias, o cenário não é animador. As ondas de calor vão continuar a apertar o nível do mar a subir. O documento do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas só vai apresentar as conclusões no início do próximo ano. Será o quarto relatório deste organismo. E, o primeiro desde 2001. A ONU quer manter os resultados da investigação em segredo. Mas o Jornal espanhol El País conseguiu ter acesso a algumas páginas.
Em análise
O aquecimento global, o impacto deste fenómeno na Terra e o que se pode fazer a nível tecnológico para ajudar o planeta a viver melhor estas são as linhas chave do relatório. O documento aponta o dedo ao homem como o grande culpado pelo que está a acontecer a nível global. Se nada mudar, até ao final deste século, as temperaturas podem aumentar mais de seis graus. E, os efeitos, esses, serão ainda mais devastadores.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
O líder espiritual tibetano Dalai Lama acena para a multidão na inauguração do templo «Thupten Shedrub Ling» na Bélgica. 29 de Maio de 2006. © Reuters
Victor Hugo, escritor francês 1802-1885
Nada é mais eminente que o impossivel, e o que sempre é necessário prever é o imprevisto.
domingo, dezembro 24, 2006
Natal ~ Fernando Pessoa
O sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badaladaS
oa dentro de minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
Dolente na tarde calma,
Cada tua badaladaS
oa dentro de minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
Dois anos depois, os "souvenirs"
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O misterioso poder da oração
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O neurologista Andrew Newber da Universidade da Pensilvânia tirou fotografias daquilo a que os fiéis chamam de presença de Deus. Os resultados, publicados na edição de 10 de Abril da revista Psychiatry Research "Neuroimaging", foram surpreendentes.
Foram convidados budistas e freiras franciscanas a meditarem e rezarem numa sala fechada. Depois, no momento da mais alta devoção, injectou um marcador que viaja até o cérebro e revela sua actividade no momento da transcendência.
Um padrão emergiu das experiências de Newberg: Existe uma pequena região, na parte posterior do cérebro, que calcula constantemente a orientação espacial da pessoa, dando uma ideia de onde o corpo da pessoa termina e o resto do mundo começa. Durante a oração intensa ou meditação, essa região torna-se um oásis tranquilo de inactividade, por razões ainda inteiramente desconhecidas.
Tal poderia explicar a comunhão espiritual de ausência de limites, sentida pelos religiosos ao longo das eras. Aliás, "se forem sufientemente longe, os praticantes têm uma dissolução completa do eu, uma sensação de união, de espaço infinito".
Foram convidados budistas e freiras franciscanas a meditarem e rezarem numa sala fechada. Depois, no momento da mais alta devoção, injectou um marcador que viaja até o cérebro e revela sua actividade no momento da transcendência.
Um padrão emergiu das experiências de Newberg: Existe uma pequena região, na parte posterior do cérebro, que calcula constantemente a orientação espacial da pessoa, dando uma ideia de onde o corpo da pessoa termina e o resto do mundo começa. Durante a oração intensa ou meditação, essa região torna-se um oásis tranquilo de inactividade, por razões ainda inteiramente desconhecidas.
Tal poderia explicar a comunhão espiritual de ausência de limites, sentida pelos religiosos ao longo das eras. Aliás, "se forem sufientemente longe, os praticantes têm uma dissolução completa do eu, uma sensação de união, de espaço infinito".
Fenómenos biológicos
Os cientistas estão a chegar à conclusão que as diversas tradições de devoção humana têm uma realidade biológica poderosa. Durante a meditação ou oração, tanto o cérebro quanto o corpo experimentam mudanças ainda pouco compreendidas, que poderiam trazer nova compreensão da experiência religiosa e, talvez um dia, até fornecer dicas para se viver com mais saúde e plenitude.
Segundo os especialistas, o novo campo de estudo já forneceu evidências de que esses estados meditativos - que dependem do desligamento dos sentidos e de repetição de palavras, frases ou movimentos- são uma parte natural do cérebro. E que os humanos são, em certo sentido, seres inerentemente espirituais.
"A oração é o meio que o cérebro moderno tem para se ligar a estados de consciência ancestrais poderosos", disse Gregg Jacobs, professor assistente de psiquiatria na Escola de Medicina de Harvard.
Durante a meditação, os pesquisadores observaram um aumento na actividade das ondas cerebrais "teta", um tipo que se move lentamente e que inibe outras actividades do cérebro. Com base numa análise preliminar de dados recentes, Gregg disse que observou a actividade dessa onda inibidora a sair de uma área do cérebro, chamada de lobo parietal, que contém o oásis tranquilo da prece. Eventualmente, os pesquisadores esperam poder identificar um centro biológico comum nas muitas variedades mundiais de adoração.
Os cientistas estão a chegar à conclusão que as diversas tradições de devoção humana têm uma realidade biológica poderosa. Durante a meditação ou oração, tanto o cérebro quanto o corpo experimentam mudanças ainda pouco compreendidas, que poderiam trazer nova compreensão da experiência religiosa e, talvez um dia, até fornecer dicas para se viver com mais saúde e plenitude.
Segundo os especialistas, o novo campo de estudo já forneceu evidências de que esses estados meditativos - que dependem do desligamento dos sentidos e de repetição de palavras, frases ou movimentos- são uma parte natural do cérebro. E que os humanos são, em certo sentido, seres inerentemente espirituais.
"A oração é o meio que o cérebro moderno tem para se ligar a estados de consciência ancestrais poderosos", disse Gregg Jacobs, professor assistente de psiquiatria na Escola de Medicina de Harvard.
Durante a meditação, os pesquisadores observaram um aumento na actividade das ondas cerebrais "teta", um tipo que se move lentamente e que inibe outras actividades do cérebro. Com base numa análise preliminar de dados recentes, Gregg disse que observou a actividade dessa onda inibidora a sair de uma área do cérebro, chamada de lobo parietal, que contém o oásis tranquilo da prece. Eventualmente, os pesquisadores esperam poder identificar um centro biológico comum nas muitas variedades mundiais de adoração.
Será que a ciência desvenda o mistério?
À medida que os cientistas adoptam tecnologias cada vez mais sofisticadas para o estudo da religião, muitos advertem que esses primeiros vislumbres do território misterioso não devem ser excessivamente interpretados.
"O que quer que possamos aprender sobre esses estados será uma grande vantagem para nós", disse Lawrence E. Sullivan, director do Centro de Estudos das Religiões Mundiais de Harvard. Há o perigo, entretanto, "de que nossa tecnologia e conclusões não se igualem à complexidade da religião". A própria oração é espectacular na diversidade, disse Sullivan, citando a tradição Taoista de meditação profunda, na qual os praticantes imaginam o seu próprio nascimento.
Nos anos 1970, alguns pesquisadores começaram a estudar seriamente o valor terapêutico da religião. Herbert Benson, presidente do Instituto Corpo/Mente afiliado à Universidade de Harvard, cunhou a expressão "resposta de relaxamento", para descrever as mudanças psicológicas saudáveis nas pessoas que seguiam práticas meditativas orientais.
Uma das mais impressionantes descobertas aconteceu em 1997, quando uma equipa de pesquisadores da Universidade da Califórnia, descobriu o que chamaram de "módulo Deus", no cérebro. Estudaram pacientes que sofriam de uma forma de epilepsia que afecta o lobo temporal do cérebro. Esses pacientes têm experiências profundamente religiosas durante os acessos e depois ficam fascinados com assuntos místicos.
Os pesquisadores, chefiados por Vilayanur Ramachandran, disseram que os acessos fortaleciam uma porção do cérebro que responde a palavras religiosas, implicando que o sentimento religioso é parte da arquitetura cerebral.
Ninguém sabe ainda, entretanto, porque razão o cérebro tem essa habilidade milagrosa de atingir outros tipos de estados de consciência, simplesmente voltando-se para dentro, aquietando-se, concentrando-se numa imagem trêmula e repetindo uma frase sagrada.
Algumas pessoas interpretarão os resultados da pesquisa como evidência de que Deus é um produto do cérebro, enquanto outras dirão que são evidência de que o cérebro é um produto de algum poder maior que, como diz Benson, " talvez Deus nos tenha dado o mecanismo para entender e sentir Deus de determinada forma".
(Baseado num artigo de Gareth Cook)
À medida que os cientistas adoptam tecnologias cada vez mais sofisticadas para o estudo da religião, muitos advertem que esses primeiros vislumbres do território misterioso não devem ser excessivamente interpretados.
"O que quer que possamos aprender sobre esses estados será uma grande vantagem para nós", disse Lawrence E. Sullivan, director do Centro de Estudos das Religiões Mundiais de Harvard. Há o perigo, entretanto, "de que nossa tecnologia e conclusões não se igualem à complexidade da religião". A própria oração é espectacular na diversidade, disse Sullivan, citando a tradição Taoista de meditação profunda, na qual os praticantes imaginam o seu próprio nascimento.
Nos anos 1970, alguns pesquisadores começaram a estudar seriamente o valor terapêutico da religião. Herbert Benson, presidente do Instituto Corpo/Mente afiliado à Universidade de Harvard, cunhou a expressão "resposta de relaxamento", para descrever as mudanças psicológicas saudáveis nas pessoas que seguiam práticas meditativas orientais.
Uma das mais impressionantes descobertas aconteceu em 1997, quando uma equipa de pesquisadores da Universidade da Califórnia, descobriu o que chamaram de "módulo Deus", no cérebro. Estudaram pacientes que sofriam de uma forma de epilepsia que afecta o lobo temporal do cérebro. Esses pacientes têm experiências profundamente religiosas durante os acessos e depois ficam fascinados com assuntos místicos.
Os pesquisadores, chefiados por Vilayanur Ramachandran, disseram que os acessos fortaleciam uma porção do cérebro que responde a palavras religiosas, implicando que o sentimento religioso é parte da arquitetura cerebral.
Ninguém sabe ainda, entretanto, porque razão o cérebro tem essa habilidade milagrosa de atingir outros tipos de estados de consciência, simplesmente voltando-se para dentro, aquietando-se, concentrando-se numa imagem trêmula e repetindo uma frase sagrada.
Algumas pessoas interpretarão os resultados da pesquisa como evidência de que Deus é um produto do cérebro, enquanto outras dirão que são evidência de que o cérebro é um produto de algum poder maior que, como diz Benson, " talvez Deus nos tenha dado o mecanismo para entender e sentir Deus de determinada forma".
(Baseado num artigo de Gareth Cook)
sábado, dezembro 23, 2006
Morales futebolista
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Mãe Natal liberta moreia
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POEMA DE NATAL
Eu devia abandonar todo aquele queixume.
Mas, olhando p'ra trás,
vejo que me acompanham sulcos deixados.
Caminho de passos enterrados
nesta brancura de dezembro.
Os galhos secos congelam,
cristalizando, as gotas d'água,
ornamentando-as para a chegada do Natal.
Sulcando mais e mais a neve, meus passos
seguem no rumo de lojas já cintilantes.
Predominantemente
o vermelho, o verde e o prateado
adornam os regalos
que meus pés caminham para buscar.
E as músicas que cantaram tantos Natais
elevam, como uma magia,
nós os magos,
ao espirito natalino.
E eu devia enterrar todos aqueles pensamentos
naquele caminho de passos enterrados
naquela brancura de dezembro.
Mas como,
se aquele seria o caminho de volta
de Joãozinho e Mariazinha?
E será sempre o caminho
sem ida e sem volta
dos Joõezinhos e Mariazinhas
que nunca souberam do caminho da Estrela
que lhes trouxesse os Reis Magos e seus presentes.
E eu devia abandonar todos esses pensamentos
naquele caminho de passos enterrados
nesta brancura de dezembro.
Marlene Andrade Martins,
Bloomington, Dezembro de 1995
Mas, olhando p'ra trás,
vejo que me acompanham sulcos deixados.
Caminho de passos enterrados
nesta brancura de dezembro.
Os galhos secos congelam,
cristalizando, as gotas d'água,
ornamentando-as para a chegada do Natal.
Sulcando mais e mais a neve, meus passos
seguem no rumo de lojas já cintilantes.
Predominantemente
o vermelho, o verde e o prateado
adornam os regalos
que meus pés caminham para buscar.
E as músicas que cantaram tantos Natais
elevam, como uma magia,
nós os magos,
ao espirito natalino.
E eu devia enterrar todos aqueles pensamentos
naquele caminho de passos enterrados
naquela brancura de dezembro.
Mas como,
se aquele seria o caminho de volta
de Joãozinho e Mariazinha?
E será sempre o caminho
sem ida e sem volta
dos Joõezinhos e Mariazinhas
que nunca souberam do caminho da Estrela
que lhes trouxesse os Reis Magos e seus presentes.
E eu devia abandonar todos esses pensamentos
naquele caminho de passos enterrados
nesta brancura de dezembro.
Marlene Andrade Martins,
Bloomington, Dezembro de 1995
Poema de Natal~Vinicius de Moraes
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.