quarta-feira, janeiro 17, 2007

Paris acolhe encontro sobre crianças desaparecidas

A UE tem, desde 20 de Dezembro, um número de telefone para comunicar o desparecimento de crianças
Fernando Veludo/PUBLICO
Representantes dos 19 países europeus que constituem a Federação Europeia para as Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente, onde Portugal está também representado, reúnem-se hoje em Paris para encontrar soluções e políticas internacionais de combate ao problema.
Este encontro, que decorre no Palácio do Eliseu, surge a propósito da reunião anual do Comité Honorário do Centro Internacional para as Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente (ICMEC), do qual fazem parte figuras como as rainhas da Bélgica e da Suécia, Laura Bush (EUA), Suzanne Muoubarak (Egipto), Jolanta Kwasniewska (Polónia), Bernadette Chirac (França) e Margarida Sousa Uva, mulher do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Em declarações à agência Lusa, Margarida Sousa Uva disse esperar que o apoio de tantas primeiras damas possa dar mais visibilidade a este problema, sensibilizando a sociedade em geral."Talvez existam no mundo poucas situações de sofrimento com a intensida de desta, tanto para as crianças como para as famílias", disse a mulher do presidente da Comissão Europeia que este ano foi admitida como membro do Comité Honorário.Na reunião estarão também presentes as altas patentes das várias forças policiais nacionais e internacionais (Europol, Interpol), visando promover a procura de soluções e políticas internacionais para combater o desaparecimento e exploração de crianças.À semelhança do que aconteceu em Novembro de 2004, em Bruxelas, no Palácio Real, numa iniciativa da Rainha belga, a presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC), Manuela Ramalho Eanes, integrará o grupo de trabalho, fazendo-se acompanhar da técnica Alexandra Simões, coordenadora da Linha SOS Criança Desaparecida. O IAC representa Portugal na Federação Europeia para as Crianças Desapa ecidas e Exploradas Sexualmente.O flagelo do desaparecimento de crianças e da exploração sexual tem vindo a despertar consciências na Europa e no mundo.Em Julho, Bruxelas lançou uma estratégia europeia na qual se insere a criação de um número de telefone europeu de apoio às crianças em perigo.Justiça, emprego, cooperação ao desenvolvimento, negociações comerciais, educação e saúde são algumas das áreas de política interna e externa europeias envolvidas nesta nova estratégia.A atribuição de um número de telefone único na União Europeia para a linha de ajuda às crianças e outra dedicada aos menores explorados sexualmente ou desaparecidos é uma das medidas preconizadas que ganhou corpo em Dezembro.Os países membros da UE aprovaram a 20 de Dezembro a criação de um número telefónico directo, comum e gratuito, - o 116000 - para a comunicação de casos de crianças desaparecidas em toda a Europa.A iniciativa pretende ajudar os pais que perdem os filhos durante as férias, ou quando viajam para um outro país europeu.Existem actualmente linhas telefónicas especiais para casos de crianças desaparecidas, mas cada país da UE dispõe de um número diferente. Em Portugal esta linha está sedeada no Instituto de Apoio à Criança (IA C) e foi criada em 2004 através de uma conjugação com o Ministério de Administração Interna e a Portugal Telecom.O encontro de hoje, que conta também com a participação do vice-presidente da comissão europeia, da comissária europeia das Telecomunicações e do prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel, deverá terminar com um documento ao qual a organização chama de apelo de Paris.