domingo, novembro 19, 2006

EUGÉNIO DE ANDRADE


Sê a tua palavra,
branca rosa brava

Só o desejo é matinal.
Poupar o coração
é permitir à morte
coroar-se de alegria.
Morre
de ter ousado
na água amar o fogo.
Beber-te a sede e partir
-eu sou de tão longe.
Da chama à espada
o caminho é solitário.
Que me quereis
se me não dais
o que é tão meu?