domingo, setembro 24, 2006

Explicações de Bento XVI



Papa recebe nesta segunda-feira diplomatas de países muçulmanos

O Papa já lamentou publicamente que as suas declarações tenham sido interpretadas como uma ofensa ao mundo muçulmano e reiterou a sua vontade de diálogo.

O Papa Bento XVI recebe nesta segunda-feira os embaixadores de países muçulmanos junto da Santa Sé, no âmbito da ofensiva diplomática que visa atenuar a polémica suscitada pelas suas declarações sobre o Islão.

Num discurso proferido a 12 de Setembro, na Alemanha, o Papa referiu uma citação sobre o Islão, que associa o profeta Maomé à expansão da fé islâmica pela violência, o que motivou violentas reacções de crentes muçulmanos.

Desde então, o Papa já lamentou publicamente que as suas declarações tenham sido interpretadas como uma ofensa ao mundo muçulmano e reiterou a sua vontade de diálogo.

Para além dos embaixadores de países muçulmanos, foram também convidados para este encontro, que vai decorrer na residência estival do Papa, em Castel Gandolfo, arredores de Roma, representantes islamitas em Itália.

Segundo a agência Ansa, 20 embaixadores ou encarregados de negócios vão estar presentes no encontro.

A Turquia, país que o Papa vai visitar de 28 a 30 de Novembro, Marrocos (cujo embaixador junto da Santa Sé foi chamado para consultas) e o Irão confirmaram a sua presença neste encontro.

O encontro vai começar com um discurso de monsenhor Paul Poupard, presidente do conselho pontifical para o diálogo inter-religioso, seguindo-se uma intervenção do Papa Bento XVI, informaram os meios de comunicação social italianos.

O cardeal Poupard afirmou que não se lembra de uma iniciativa idêntica nos últimos 10 anos e acrescentou que a reunião pretende ser "um sinal de que o apelo do Santo Padre ao diálogo entre culturas e religiões está a ser bem acolhido".

"O carácter inovador e excepcional desta reunião testemunha a vontade de sair da crise, mas também uma vontade de retomar o diálogo de forma criativa", explicou à AFP Marco Politi, especialista em questões do Vaticano.

Depois da polémica suscitada pelas suas declarações na Alemanha, o Papa lamentou o mal-entendido e disse que não estava a exprimir uma convicção pessoal, mas as suas declarações não foram suficientes para acalmar a agitação, tanto mais que o Papa não apresentou desculpas.

Com Lusa